novembro 30, 2010

Mentira tem sim pernas curtas!

Quem não conhece a história do Pinóquio e do seu criador, Gepeto? Pois é... De tanto mentir, acabou parando dentro de um grande peixe, engolido pela multidão de mentiras! Pagou um enorme preço, mas no final das contas, aprendeu a lição.

E quantos de nós infelizmente não aprendemos a lição da vida? Uma mentirinha aqui, outra acolá, o que importa, não é? É preciso mentir às vezes... Será mesmo? 

Vivenciei diversas situações em que a mentira humilhou a face de grandes pessoas, podendo ser sim evitada! É através da mentira que muitos laços familiares foram destruídos, perdeu-se a confiança, alastrou-se a traição. Por meio dela, passamos a olhar com desdém para os indivíduos que a têm como sua bandeira.

Portanto, antes de ousar em mentir, analise as consequências. Lembre-se que a mentira tem sim pernas curtas! E, uma vez perdida a confiança de alguém por mentir, poderá ser tarde demais resgatá-la.

Ah se o nariz dos mentirosos crescecem como o do Pinóquio... Teríamos que viver nos esquivando para podermos nos locomover!

Pense nisso!

Hugo Otávio

Obs.: Uma poesia que encontrei navegando por aí...

 

 
Sabemos que ela tem perna curta,
E também é fácil de desmascarar.
Quem mente, da verdade se furta.
Se começa, não consegue parar !

Meia mentira é igual meio honesto,
Meia verdade é como meia ilusão.
Contra a mentira faço meu protesto.
Viver de mentira é pura perversão !

O mentiroso é o ladrão da verdade.
Cria na mente um mundo paralelo,
Privado de honestidade e lealdade.
Um Reino de Fantasia sem castelo !

O perigo da mentira não é o mentir,
Mas repeti-la até virar uma verdade.
Porque mentir pra si mesmo é fugir
Da vida e fingir a própria realidade !

extraído de: http://poesiaebomdemais.blogspot.com/2010/07/mentira_15.html

novembro 28, 2010

Amor Maiúsculo

Um homem de idade já bem avançada veio à Clínica onde trabalho, para fazer um curativo na mão ferida...

Estava apressado, dizendo-se atrasado para um compromisso, e enquanto o tratava perguntei-lhe qual o motivo da pressa. Ele me disse que precisava ir a um asilo de anciãos para, como sempre, tomar o café da manhã com sua mulher que estava internada lá.


Disse-me que ela já estava há algum tempo nesse lugar porque tinha um Alzheimer bastante avançado.


Enquanto acabava de fazer o curativo, perguntei-lhe se ela não se alarmaria pelo fato de ele estar chegando mais tarde.


- Não, ele disse. Ela já não sabe quem eu sou. Faz quase cinco anos que não me reconhece.


Estranhando, lhe perguntei:
- Mas se ela já não sabe quem o senhor é, porque essa necessidade de estar com ela todas as manhãs?


Ele sorriu e dando-me uma palmadinha na mão, disse:


- É . Ela não sabe quem eu sou, mas eu, contudo, sei muito bem quem é ela.


Meus olhos lacrimejaram enquanto ele saía e eu pensei: essa é a classe de amor que eu quero para a minha vida.


O verdadeiro amor não se reduz ao físico nem ao romântico.
O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é, do que foi, do que será e... do que já não é..."


(Desconheço o Autor)

novembro 27, 2010

Sentimento

Caminhar de manhã e não lembrar de ti 
Seria bem fácil dizer 
Seria mais fácil não crer 
Lembrar de seu cheiro 
É lembrar o quanto vivo em constante felicidade
Oh meu Deus como é bom!
Acordar sabendo pra quem dizer palavras lindas 
Acordar com uma saudade louca 
Esperar os minutos e os segundos passar 
Em um túnel que parece nunca ter fim 
O túnel do tempo...


Ah se eu pudesse controlar o tempo 
Colocaria meu relógio 

Somente em horários de te ver 
Pararia o tempo bem na hora que sinto o toque de seus lábios
Seus lábios...
Uma sensação única 
Inexplicável sentimento  
Um único momento em que o destino e as vidas se cruzam 
Junto com um abraço apertado vindo de dentro do coração 
Transportando todo carinho que sinto por ti...
Em uma sintonia que somente uma palavra pode se traduzir 
O amor!



Por: Cadú
http://cadumusic.blogspot.com/2010/08/sentimento.html

novembro 26, 2010

novembro 25, 2010

Fios do medo

 Por vezes caminho sobre os fios do medo,
Esse que dilacera meu coração,
Esse que me impede de prosseguir,
Esse que me dá calafrios quando me sinto incapaz...
Sigo caminhando, porém, inconstante, aflito,
Medo do medo,
Medo da angústia,
Medo de escorregar e não saber a profundeza do meu destino.

Será que o fio é resistente?
Quisera eu acreditar nessa fagulha aparente,
Essa que relampeja por fora,
Contudo,
Por dentro vibra,
Ressoa...
Incerta, incompetente, tristeza evidente,
Fios do medo...
Que transpassam minha mente...


Por: Hugo Otávio
Data: 25/11/2010


novembro 23, 2010

Auto-imagem

Ás vezes páro e miro minha própria imagem
 Impetuosamente surge a incerteza 
De estar onde estou

Sinto-me incapaz,
Como se aspirado fosse,
Para as profundezas dos meus pensamentos,
Incógnitas, controversas
Lamúrias e decepções
Narcísico torturador
O perfeito imperfeito
Sou...
Hugo Otávio
23/11/2010

novembro 20, 2010

Pensamentos

1. “Você vê coisas e pergunta: Por quê? Mas, eu, sonho coisas que nunca existiram e pergunto: Por que não?” - George Bernard Shaw.
2. “Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização.” - Martin Luther King
3. “O futuro interessa-me por ser o lugar onde vou passar o resto da minha vida.” - Woody Allen
4. “Otimismo é esperar pelo melhor. Confiança é saber lidar com o pior.” - Roberto Simonse
5. “As grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações.” Vincent Van Gogh
6. “A esperança é a paciência com a lâmpada acesa.” - Tertuliano
7. “Acredito que, em última análise, a função do líder é espalhar esperança.” - Bob Galvin
8. “A vitória pertence ao mais perseverante.” Napoleão Bonaparte
9. “A vida já complicada e cheia de contratempos. Conservar o bom humor é um segredo de sobrevivência.” - Autor Desconhecido
10 “A esperança adquire-se. Chega-se à esperança através da verdade, pagando o preço de repetidos esforços e de uma longa paciência. Para encontrar a esperança é necessário ir além do desespero. Quando chegamos ao fim da noite, encontramos a aurora.” - Georges Bernanos

novembro 19, 2010

O charme dos óculos escuros


Não há objeto simples e que pode de deixar mais atraente: os óculos escuros! Agora... tem que saber um que se adapte ao seu perfil de rosto. Não é todo tipo de óculos que cai bem!  Nunca gostei de usá-los, porém, com esses raios solares intensos, comecei a gostar de proteger meus olhos para que minha visão dure um pouco mais... Além de, ficar elegante, é claro! Tem de todo o tipo: grandes, pequenos, médios, exagerados, discretos... E, geralmente, a depender do indivíduo, cada um pode refletir um pouco de sua personalidade. Como se não bastasse, por trás dele o mundo pode não saber para onde você está olhando, hehehe...

Por isso... como diz o rei Roberto Carlos...
"Não tire esses óculos, use e abuse dos óculos..."




Gosto desse jeito discreto especial, por trás desses óculos que coisa mais sensual
Ar de executiva às vezes formal, beleza com um toque sexy intelectual
Seus óculos combinam até com seu cabelo, eu sinceramente gosto de qualquer modelo
Na verdade em você tudo fica bem, mas o charme desses óculos quem usa é que tem
Não tire esses óculos, use e abuse dos óculos
Olhares provocantes às vezes inocentes me dizem tantas coisa por detrás dessas lentes
Eu olho pra você e o meu pensamento voa mas pode acreditar eu só penso coisa boa
Olhar você de perto eu gosto muito mais com ou sem maquiagem pra mim tanto faz
Eu gosto desse beijo todo cheio de batom você nem tira os óculos e eu acho muito bom
Na tire esses óculos use e abuse dos óculos
Eu amo você e vou às alturas minha grande paixão, minha doce loucura
A gente se olha em certos momentos você ate parece que lê meus pensamentos
Que coisa bonita a gente se abraça se esquece de tudo e o tempo se passa
Você com seus óculos que charme que tem me enlouquece quando usa e quando tira também
Quadrados ou redondos, enfeitados, normais, pequenos ou grandes extravagantes demais.
Discretos, coloridos, pra mim tanto faz

Amor está na cara eu te amo demais
Não tire esses óculos, use e abuse dos óculos...





Por: Hugo Otávio
Data: 19/11/2010

novembro 17, 2010

Tornando-me tuas lágrimas

"Se eu pudesse ser uma parte de ti, escolheria ser tuas lágrimas. Porque tuas lágrimas são concebidas em teu coração, nascem em teus olhos, vivem em teu rosto, e morrem em teus lábios."

Desconheço o autor.

novembro 16, 2010

A dor de cabeça de Davi*

A dor de cabeça de Davi (conto)


Davi beijou as costas nuas da mulher deitada na cama. Apreciou o suave relevo do corpo que desejara há muito – e que só agora pudera ter. Não podia negar nem na hora do Juízo Final que aquela mulher o levara à loucura durante todo o último ano. Finalmente dormiu com ela. Gostaria de poder contar a todo mundo que bela conquista a sua. Deus me livre dessa história, um dia, ser conhecida, pensou. Ana ao toque dos lábios do amante, ronronou de prazer, se mexeu bem pouquinho, falando sem abrir a boca que estava acordada, que apreciou o carinho e que queria mais... Quanto mais, melhor. Davi, entretanto, não sentiu nenhum prazer agora. Sentiu um arrepio, como se uma descarga de alguns poucos volts percorresse devagarinho toda a sua espinha dorsal. Era medo. Vamos ser sinceros? Era o começo de um pavor que estava lhe dominando. Davi sabia que aquele primeiro encontro romântico poderia evoluir para um pequeno escândalo e depois para o fim de seu casamento. Desconfortável, se levantou da cama e foi tomar um banho. A água jorrava farta, morna e gostosa, mas o corpo e a mente de Davi estavam em brasas. Disse a si mesmo que na primeira oportunidade acabaria com o relacionamento. Afirmou para si mesmo que aquilo era uma insanidade, uma loucura de amor – gostoso, tinha de admitir – mas que não poderia prosperar. Esse seria o primeiro e o último encontro deles. Reafirmou o seu amor pela sua esposa e pelas suas filhas. Ela não poderia jamais saber nada dessa tarde inesquecível. Se ela sonhasse com isso, meu Deus! Quando passou pela cama, indo se vestir, Ana o acompanhou com os olhos. Ele sorriu, meio amarelo. Ana retribuiu com um sorriso de cumplicidade que só as mulheres seguras sabem dar e disse que gostou muito daquela tarde. Ele tornou a sorrir, dessa vez mais à vontade. Ana afirmou que não queria prejudicar sua família nem a dele e que Davi ficasse tranqüilo quanto ao segredo dos dois. Esse seria o segredo deles, de ninguém mais. Davi abraçou Ana e só não fez amor de novo porque seu medo de ser descoberto ali, àquelas horas da tarde, era maior que sua vontade de desalinhar ainda mais os lençóis. Só a muito custo vestiu as roupas, engomando tudo com as mãos. Percebeu, somente depois de ter calçado os sapatos, que as meias estavam viradas pelo averso.
- “Vou embora, já está tarde... Depois a gente se fala... Amanhã ou depois”. Ele sabia que acabara de dizer uma das três maiores mentiras de toda sua vida. Talvez até quisesse mesmo cumprir a promessa, mas estava aterrorizado demais com os possíveis desdobramentos daquela tarde. Ana era tudo que ele queria ter, mas representava tudo que ele não poderia ter (ademais, nunca confie em ninguém que usa tantas reticências numa única despedida). Beijou seu objeto de desejo pela última vez e, quando ia saindo, já com medo de ser flagrado, Ana sussurrou juntinho ao seu ouvido: - “Sei seu telefone, eu te ligo qualquer hora dessas!” Daria para ouvir de longe o baque do coração de Davi indo parar num dos dedões do pé. Ele, se não captou, deveria ter captado a mensagem que “o-segredo-daquela-tarde-seria-mantido-a-custa-de-mais-tardes-de-segredos”.

Ana, definitivamente, também estava no controle (observe como usou bem o ponto de exclamação, mesmo cochichando). Davi fez que sim, desconversou e foi para casa. No caminho, congratulou-se, a mente reprisando os trechos mais ardentes do encontro, e se repreendeu: ele era, afinal, um homem de família! Disse a si mesmo que não queria mais saber de Ana. Pronto, era o fim!Iria acabar o que nem começara direito assim que tivesse uma oportunidade. Não era justo continuar, era? Claro que não. A não ser que sua esposa morresse... Isso mesmo: quando sua esposa morrer poderá ter Ana para sempre ( desejável, ardente, fogosa) em seus braços. E se ela não morresse nunca? E se ele ou Ana morresse primeiro? Deu um soco no volante, irado consigo mesmo por ter cogitado a morte da mãe de seus filhos. Sou um patife mesmo, ponderou, com a mente exaurida. Quando chegou em casa, sua mulher tomou um susto: - “tão cedo em casa?! O que aconteceu?!” Davi cometera seu primeiro ato falho em anos: deveria ter voltado para o trabalho, não para casa. Respondeu que estava morrendo de dor de cabeça e perguntou se tinha um tylenol em algum lugar. A mulher deixou tudo e foi acudir o marido. Tinha visto um comprimido de paracetamol em alguma das gavetas na cozinha.

Geraldo Magela
*Surubim, 30 de janeiro de 2010.

novembro 12, 2010

O café de Lara


'Ele sentou na cadeira, segurando com mãos trêmulas uma xícara de café bem quente e se acomodou como pôde para ver o dia nascer. Havia enterrado Lara, aquela que fora sua esposa durante 65 anos, na manhã do dia anterior (Ou teria sido 55 anos? Um erro de dez anos era tão comum nos últimos anos quanto um erro de um ou dois não lhe era raro na juventude). Daqui a pouco o sol iria começar a romper a escuridão da madrugada. Sabia disso porque alguns pássaros começavam a cantar, aqui e ali. O café estava somente bom... Ele pensou, quando foi informado que a morte de Lara era a única certeza, que ia ficar com medo quando ela partisse. Talvez o medo de viver o resto da vida só viesse consumi-lo mais lá na frente. O que o inquietava agora era algo muito mais denso: um vazio tão palpável que parecia uma entidade sentada ao seu lado. Se se esforçasse um pouquinho daria até para bater um papo com "o nada", pensou. Tentou esquecer o vácuo, pensando no que foi sua vida com Lara. Lembrou da primeira vez que tomou suas mãos e as beijou. É incrível como essa lembrança involuntária produziu uma carga de emoções tão fortes quanto um nocaute. Por um momento sentiu o até cheiro do perfume que ela usou naquele encontro. Uma relíquia que ele imaginava perdida para sempre. Bebeu um grande gole do café, como se quisesse se afogar nele. Os olhos marejaram. Concluiu que o vazio que sentia era um companheiro muito pior que a solidão. Nunca mais iria confundir uma coisa com a outra. Deixou que a memória o levasse a outros momentos de seu passado, mas tomou o cuidado de não se ater demais em nenhum deles. Lembrou de quando deu a ela aquele absurdo de flores no primeiro aniversário de namoro, do horror da primeira casa onde moraram, do nascimento de dois de seus três filhos, da vontade que teve de esganá-la quando ela gritou com ele na frente dos amigos, dos filmes que assistiram juntos e... do café que ela sabia fazer como ninguém! 
 
O aroma do café de Lara bailou por uns bons segundos naquele terraço. Talvez o seu relacionamento de décadas tenha sido de fato amor. Sentiu isso porque até as lembranças que lhe deixavam fulo da vida com Lara apenas aumentaram o prazer daquele momento. Sentiu gratidão por ela ter cuidado dele por tantas décadas. De perto dava para se perceber um leve sorriso em seu rosto lacerado pelo tempo. Mas, muito de perto mesmo. Agora, os passarinhos cantavam numa formidável confusão. Nada lembrava uma sinfonia. Era um caos de pios, trinados, assovios, semi-gritos e estalidos. Ficou intrigado como os pardais empestaram o mundo: os ratos também venceram nos céus. A noite inapelavelmente estava sendo derrotada pelo dia. Dentro de doze horas lhe daria o troco. 


Um trabalhador passou, viu o velho sentado no terraço da casa e grunhiu uma saudação qualquer. Ele só levantou a mão, num aceno preguiçoso e, depois, tomou o último gole do café, que agora estava quase gelado. “Que porcaria...” Foi quando sentiu que mãos lhe tocavam nos ombros e um leve beijo pousou em sua face. A dona da voz postou-se por trás, as mãos suavemente pousadas em suas costas, depois de ter afetuosamente retirado a xícara das mãos dele. A jovem senhora ficou de pé, por trás dele, tentando imaginar os detalhes do que ele estava pensando e para onde cargas d’água ele estava olhando. Não precisou virar-se para ver quem era, a voz lhe soava familiar e querida: “O café estava bom, pai?” Respondeu que sim, muito bom. “De tarde eu tenho que voltar pra casa. Tem tanta coisa para fazer... O senhor vai ficar bem?” A voz em tudo lembrava a voz de Lara. Ele gostaria de ter gritado que sua filha ficasse em casa até ele próprio morrer, que aprendesse a fazer um café decente, que não estava sabendo lidar com todos esses fins que antecedem o fim, (mesmo tendo teorizado sobre cada um deles no passado), que estava morrendo de medo de virar um velho melancólico e chato. Mas respondeu que ficaria bem, que ela podia ir e agradeceu com sinceridade por ela ter ficado mais que os outros. "Deixe que eu levo a xícara pra lavar", disse, se levantando e retribuindo o beijo de bom-dia. "Sua mãe gostava de dizer que era a única coisa que eu sabia fazer para ajudar ela." Quando depositou a xícara na pia, lá fora já era dia feito.'
* Geraldo Magela - Surubim, 23 de janeiro de 2010.

novembro 11, 2010

Feridas da HIPERMODERNIDADE

depressao.jpg 
 
Vivemos num tempo em que os relógios não marcam mais...
Em que os dias passam ligeiramente e não voltam atrás
Época em que não há tempo para comer ou dormir
Não há tempo para ninguém se divertir
A violência nos põe medo de sair
A moda diz que todo mundo tem que fingir...
Que a beleza é a perfeição a qual ninguém pode atingir
 
O amor? Este sentimento empobrecido...
Quase ninguém quer amar...oh sentimento esquecido
A juventude desfruta o prazer que julga ser merecido
Iludindo pobres corpos errantes e sem sentido
 
Não há mais tempo a ser dedicado
Ao outro, por nós, tão desejado
Espera-se a perfeição de algo outrora idealizado
Quem se importa em querer cuidar quando melhor é ser cuidado?
Já caminham lá fora aqueles corações reciclados
Que como lixo à própria sorte foram lançados
 
Não se valoriza mais o sorriso da criança
E é louco quem quer preservar sua infância
Aquele que ainda precisa ter esperança
Que o agora poderá se tornar apenas uma triste e vaga lembrança
 
É nesse momento de tristeza
Que a dor se torna em certeza
Fomos esmagados por nós mesmos!
Numa tentativa de alcançar
Aquela felicidade egoísta, sadomasoquista...
Agora estamos perdidos e sem rumo
Sem saber ao certo como será nosso futuro
Carregando feridas as velhas sem cura
Por este caminho tão perverso e obscuro
 
Sim, estamos... tecnologicamente...mas estamos...
No tempo da incerteza, na época da desventura
Onde ser errado é ser certo
E o certo desfila por aí encapuzado de preto
Escondido com medo de ser pego
Pelas leis que enfeitam os papéis
E pelas palavras que fogem porque já perderam o seu valor
A paisagem se tornou cinzenta... já manchou a cor
É a hipermodernidade
Já sangram o desespero e a dor...
 
BRUNIELE SOUZA
10/11/2010

novembro 10, 2010

Um erro de conduta

 (Horário da postagem: 02h18min - 11/11/2010 - pensativo...)

15 anos...
Grávida...
Na sala de parto, ouviam-se os balbucios de espanto,
Pela idade, mudança de vida, tão nova...
Ah... mora junto!
O feto... Prematuro!
(Médicos se locomovem pela sala cirúrgica, conturbados)
Vamos estourar a bolsa... (assim a trabalho de parto é auxiliado)
O líquido começa e esvair...
A dor da "futura" mãe é avassaladora,
Seus gritos ecoavam a ultrapassavam os limites das portas da sala.
E lá vem ele...
Mas, espera aí...
As pernas?
Humm... Para piorar a apresentação não é cefálica,
Ou seja,
Não vem como normalmente se vê: cabeça para fora.
São as perninhas, ultra finas que vêm vindo...
Mas, espera aí!
A indicação para a apresentação pélvica (pernas pra fora) é cesárea!
Pois é... 
Deveria ser...
Mas o que será que se passou na cabeça daquela Dra.?
Forçou-se um parto normal...
Contudo,
A placenta havia descolado previamente e também estava na saída...
E para sair tudo junto?
Não deu...
Saiu uma perninha,
Saiu a outra...
Mas a cabeça ficou presa...
(lembrando que nesse momento a falta de oxigênio é marcante, podendo lesar estruturas diversas do pequeno ser... e prematuro!)
 Empurrem a barriga da mãe!
Força, força, força!!!
Nada...
Enrolado no cordão umbilical (para piorar o caso)
A cabeça derradeira não saía...
...
(tumulto na sala de cirurgia. Por que não fizeram a cesárea? Por que não usaram o fórceps para auxiliar na saída?)
...
Meus olhos fitavam assustadoramente aquelas frágeis perninhas para fora, com a cabeça no interior, sofrendo, sem ar, em um ambiente desconhecido...
...
Força, força...
Tracionaram a cabeça do prematuro...
Depois de tanto tempo, conseguiram!
Ufa!
Ufa, nada!
Respiração artificial...
Ele está fraco, os músculos não se movem...
CPAP, oxigênio!!!
...
...
...
... 
UTI
.

Massagem cardíaca!
 Sem respostas...
Adrenalina!!!
Pouco movimento...
Os dedinhos estavam enegrecidos, as mãos azuladas...
E os meus olhos estarrecidos por ver o resultado de uma má escolha,
Errada escolha médica...

O prematuro ficou na UTI...
Estado grave...
Meu horário havia se encerrado,
Porém,
Meus pensamentos fincaram naquele pequenino,
Com vontade de viver,
Conhecer o novo mundo...
Não sei se conseguirá sobreviver,
Torço para que consiga!
...
Senti o peso da medicina,
Senti a dor de não conseguir reverter um grave quadro,
Senti-me inoperante, mesmo sendo apenas um expectador naquele momento.
Senti a angústia de como uma notícia dessas poderia ser repassada para a mãe...
Tudo isso talvez pudesse ter sido evitado...
Um erro de conduta...
E como trouxe amargura para o meu coração!

Por: Hugo Otávio

novembro 09, 2010

Ame-o ou deixe-o!

"Um dia todos nós vamos para a solidão de um túmulo. Uma criança de um dia de vida já é suficientemente velha para morrer. A morte é a derrota da medicina. Todavia, apesar das limitações da ciência, devemos usar todas as nossas habilidades não apenas para prolongar a vida, mas para fazer dessa breve existência uma experiência inesquecível. Os médicos devem ser pessoas de rara sensibilidade, artesãos das emoções, profissionais capazes de enxergar as angústias, as ansiedades e as lágrimas por trás dos sintomas. Caso contrário, tratarão de órgãos e não de seres humanos. Acima de tudo, os médicos, bem como todo profissional que cuida da saúde humana, devem ser vendedores de sonhos. Pois, se conseguirmos fazer nossos pacientes sonharem ainda que seja com mais um dia de vida ou com uma nova maneira de ver suas perdas, teremos encontrado um tesouro que reis não conquistaram..."

AUGUSTO CURY - O FUTURO DA HUMANIDADE


Infelizmente é difícil conciliar tantos interesses, assim como ser atencioso com tantas pessoas. Assim se resume a vida de um estudante de medicina, centrado mais no outro do que em si mesmo. Disposto a lutar pela vida alheia, enquanto diversas vezes a sua própria se sucumbe. Como é difícil ser compreendido, hein?
Só resta uma escolha a ser decidida:
AME-O OU DEIXE-O!

Hugo Otávio
Data: 09/11/2010


novembro 05, 2010

Fim de Libras!



Está acabando...
E apesar do curto tempo aprendemos um pouco mais sobre Libras,
Sobre como se comunicar sem palavras mencionadas,
Sonoras...
Mas, sim, pelo gesto, pelo olhar, pelo mirar atento no outro...
Valeu a pena!
Sair correndo entre as aulas para crescer mais um pouco,
Solidarizar-se!
Fugir da rotina da vida e valorizar ainda mais o social,
O comunicativo...
Precaver-se de que um dia possa surgir uma abordagem,
Um paciente,
Um ser humano...
Que precise ser compreendido,
Mesmo sem palavras,
Mesmo no barulho ensurdecedor da multidão displicente,
Surda...
Despreparada para acolher,
Impaciente...
Enfim,
Cabe a nós, cumprir o papel de sermos instrumentos nesse infinito mundo das comunicações!
Grande abraço, galera!

L iberdade
I nconstestável
B enevolência
R espeito
A titude
S ocial

Hugo Otávio



Antes de desistir...

 
* O General Douglas MacArthur foi recusado na Academia Militar de West Point, não uma vez, mas duas. Quando tentou pela terceira vez, foi aceito e marchou para os livros de história.

* O superstar do basquete, Michael Jordan, foi cortado do time de basquete da escola.

* Em 1889, Rudyard Kipling, famoso escritor e poeta, recebeu a seguinte resposta do jornal San Francisco Examiner : "Lamentamos muito, Sr. Kipling, mas o senhor não sabe usar a língua inglesa."

* Winston Churchill repetiu a sexta série. Veio a ser primeiro ministro da Inglaterra somente aos 62 anos de idade, depois de uma vida de perdas e recomeços. Sua maior contribuição aconteceu quando já era um "cidadão idoso".

* Os pais do famoso cantor de ópera italiano, Enrico Caruso, queriam que ele fosse engenheiro. Seu professor disse que ele não tinha voz e jamais seria cantor.

* Albert Einstein não sabia falar até os 4 anos de idade, e só aprendeu a ler aos 7. Sua professora o qualificou como "mentalmente lerdo, não-sociável e sempre perdido em devaneios tolos". Foi expulso da escola e não foi admitido na Escola Politécnica de Zurique.

* Louis Pasteur foi um aluno medíocre na escola. Dentre 22 alunos, ficava em 15° lugar.

* Quando Alexander Graham Bell inventou o telefone, em 1876, não tocou o coração de financiadores com o aparelho. O Presidente Rutheford Hayes disse: "É uma invenção extraordinária, mas quem vai querer usar isso ?"

* Thomas Edison fez duas mil experiências para conseguir inventar a lâmpada. Um jovem repórter perguntou o que ele achava de tantos fracassos. Edison respondeu : "Não fracassei nenhuma vez. Inventei a lâmpada. Acontece que foi um processo de 2.000 passos."

* Aos 46 anos, após anos de perda progressiva da audição, o compositor alemão Ludwig van Beethoven ficou completamente surdo. No entanto, compôs boa parte de sua obra, incluindo três sinfonias, em seus últimos anos.

(extraído)

novembro 04, 2010

Vamos embora?

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada


Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive



E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar


Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar



E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.





Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90




VAMOS EMBORA?