abril 19, 2011

Tenho que reencontrá-la!

Acordei, eram 2h da manhã. Apesar de lembrar de um sonho surreal, meus pensamentos se direcionavam para ela. De ímpeto, comecei a recordar, numa nostalgia atordoante, de sua imagem. Ela era alta, de fisionomia agradável, larga. Todos a admiravam por seu jeito, assim como seu charme, principalmente por meio de seus cabelos. Por meio dela, fiquei enamorado pelas palavras, assim como pela escrita. Ela se chamava Rita de Cássia Coutinho Cunha (tenho essa habilidade de lembrar dos nomes, pois ficava repetindo sempre e, acredito que, por isso, ele ficou na minha memória...). Ela ministrava Redação e Literatura na escola em que estudei meu ensino fundamental. Inesquecível como ela tornava dinâmico o desenrolar da história. Juntos, lemos O CORTIÇO, O GUARANI, MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, POLIANA... E aquelas história ganhavam vida dentro de mim, me faziam enxergar o mundo de uma outra forma... esquecia do que estava em volta para navegar naqueles mares desconhecidos. Lembro-me bem, de nossas discussões em sala, nossas apresentações, as provas... Fui criando um laço muito forte com Rita, sem ela nem perceber. Até que um dia... no final do ano de 2001, queda das Torres Gêmeas, lembram? Pois é... Tive que partir para  morar em outra cidade. Não iria mais continuar perto de Rita. Prometi a ela que enviaria sempre mensagens e poesias, pois ela sempre lia algo antes de iniciar a aula, para a gente. Muitos achavam bobagem, tempo perdido. Para mim, suas palavras soavam e retumbavam no meu coração, pequeno grande coração... 
Prometi que continuaria, onde estivesse, a mandar textos interessantes. Na verdade, eu queria não perder o contato. Por mais que sempre digam que será a mesma, quando partimos, a amizade, por mais forte que seja, é solapada com o tempo, as circunstâncias, as intempéries da vida. Eu ainda não sabia disso. Na minha realidade de criança, acreditava na eternidade das coisas. Não compreendia a fugacidade do tempo. Ah... o tempo! Esse, assassino dos meus bons e indeléveis momentos. Momentos estes que estarão fincados na raiz do meu coração!
Então parti...
E, não sei o que houve, as mensagens não mais chegaram. Eu perdi Rita. Perdi, fisicamente... 
E, nesta madrugada, o sentimento de reencontrá-la se acendeu. Vontade de dizer que estou vivo, que não a esqueci, de contar dos meus dias atuais e saber se ela ainda continua naquela escola... enfim, pretendo encontrá-la! 
Espero que eu consiga! Tentarei. Enquanto isso, fico a lembrar dos tempos bons. Saudosista? Por que não? 

Por: Hugo Otávio
Data: 19-04-2011

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